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HISTÓRIA DE SÃO JOÃO DO SÓTER

A história de São João do Sóter se inicia nas primeiras décadas de 1900, quando o senhor João Poleiro e sua família, oriundos de Caxias, passaram a habitar o local onde se formaria o povoado São João dos Poleiros. O nome “poleiro” refere-se à vara ou outra peça de madeira sobre a qual aves, especialmente galinhas, pousam e dormem. Assim era conhecido o senhor João Poleiro, por dedicar-se à criação de galinhas no local de que era proprietário e onde, no futuro, se formaria a sede do município de São João do Sóter.
Em sua obra “São João do Sóter – Sua História Contada em Cordel”, Nonato Pires conta que “o primeiro a fazer morada” no município teria sido um homem chamado Nicolau Fialho, mas isso “não está escrito em nada”. Assim, “os documentos comprovam”, que João Poleiro “foi o primeiro e único reconhecido até agora”. Segundo Nonato Pires, a história de São João do Sóter tem início em agosto de 1889, “data provável” quando João, “cidadão pobre, fugindo da feitoria”, veio com esposa e filhos para as terras sotenses. (Feitoria era a administração de mercadorias e, na época, também escravos).
Em seu relato, Pires detalha que João “aqui ergueu seu barraco” e, além da criação de galinhas, contava ainda com a “abundância da caça, do peixe e do mel”. A partir daí, “logo outras famílias se instalaram, vivendo em harmonia” e “Poleiro então liderava”.
Beneficiado pelas leis da época, conta Nonato Pires, João Poleiro “retirou a sua fatia de terra” para trabalhar. Não há registros sobre o destino de João e sua família. Conta e canta Nonato Pires:


“A história não nos conta
Para onde foi João
Depois que a vila cresceu,
Para onde fora então
Deixando aqui um povoado
Sem ninguém da geração.”

 

De 1917 a 1920, o cearense Mariano Campos, morador do bairro Ponte, em Caxias, juntamente com sua esposa, Maria do Carmo Campo, comprou de Benedito Lima as terras onde se situava o povoado São João dos Poleiros. Mariano Campos, agricultor e ferreiro por profissão, prestava serviços à população daquele povoado e localidades vizinhas e logo passou a ser reconhecido na região.
Mariano Campos contribuiu para o crescimento do povoado, desenvolvendo nele a cultura da época, a plantação da cana-de-açúcar, e a implantação de engenho para produzir os derivados da cana. Essa iniciativa trouxe forte crescimento para o povoado, tanto no aspecto econômico quanto no populacional e social, com oportunidades de criação de mais empregos.
Mariano Campos faleceu na década de 1930. Deixou viúva Dª Maria do Carmo e órfãos os filhos Euclides, Sebastião e Eugênia. Os dois filhos homens faleceram ainda jovens, ficando somente Eugênia Campos como herdeira da propriedade.
Após a morte de Mariano Campos e seus filhos, Eugênia Campos conheceu Sóter de Sousa Mendes, jovem tropeiro do senhor Pedro Jaime, dono do povoado Alegria. Sóter e Eugênia casaram-se e deram continuidade aos negócios de Mariano Campos: acentuaram o processo de povoamento da localidade e ampliaram a cultura da cana-de-açúcar e administração do engenho, comércio, escolas e igrejas para atender a população de seu povoado.
Em 1971, Sóter Mendes faleceu na cidade de São Paulo (SP) e os negócios da família foram continuados por seu filho, Carlos Alberto de Campos Mendes, o Carlito Mendes, jovem formado em Ciências Econômicas e que trouxe alguns benefícios para sua propriedade. Por exemplo, em 1975 instalou o primeiro poço artesiano, que forneceu água encanada na localidade.
Carlito Mendes também ampliou a plantação da cana-de-açúcar, a administração do engenho, investiu na pecuária e na avicultura, implantando uma granja e ampliando a geração de empregos. Em 1981 trouxe energia elétrica para São João dos Poleiros, uma novidade, que propiciou entretenimento e melhor qualidade de vida para a população.
Na década de 1980, Carlito Mendes vende o povoado para o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), que o loteou para os moradores da comunidade em terrenos urbanos e rurais.
A origem do nome “São João do Sóter” vem do cruzamento do nome do ex-povoado “São João” dos Poleiros com o nome do antigo proprietário do povoado, “Sóter” Mendes. Junte-se a isso o fato de a herdeira das terras sotenses, Eugênia Campos Mendes, ser muito religiosa e devota de São João Batista, santo que se tornou o padroeiro da cidade.
Em 19 de junho de 1994 foi realizado o plebiscito, quando o povo decidiu pela independência de São João do Sóter, independência confirmada cinco meses depois, com a assinatura da Lei estadual nº 6.157, de 10 de novembro 1994. Dois anos depois, em 03 de outubro de 1996, foi realizada a primeira eleição municipal, e em 1º de janeiro de 1997 o município foi definitivamente instalado.
Como muitos outros municípios novos do estado do Maranhão, São João do Sóter foi criado em razão do anseio de sua população somado a acordos políticos, assim atendendo a vontade de todos por melhoria das condições socioeconômicas, a serem ampliadas pelos incentivos -- que são buscados -- dos governos, principalmente o Governo Federal.
Com a emancipação surgiu mais oportunidades de crescimento e desenvolvimento.

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A ORIGEM DO NOME DO MUNICÍPIO

O nome “São João do Sóter” tem origem na associação do antigo nome do povoado (“SÃO JOÃO dos Poleiros”) com o prenome do proprietário das terras, Sr. SÓTER Mendes. Assim, com  lei de 1994, que criou oficialmente o município, ficou o nome SÃO JOÃO DO SÓTER.

 

A PALAVRA “SÃO”
 

A palavra “são” é uma forma reduzida do substantivo “santo” (que, por sua vez, vem do latim “sanctus”, sagrado).
Assim como, por exemplo, se reduz a palavra “cinema” para “cine”, igualmente ocorreu de “santo” para “são” (em espanhol, “san”).
A esse processo de diminuição da palavra dá-se o nome técnico de apócope, palavra que vem do grego e significa “supressão”, eliminação parcial.


A PALAVRA “JOÃO”
 

“João” é um antropônimo, ou seja, um nome de pessoa. O nome tem sua origem no hebraico, língua na qual foi escrita parte da Bíblia (o Antigo Testamento) e que é falada em Israel, país do Oriente Médio, nas costas do Mar Mediterrâneo.
Em hebraico, o nome “João” é escrito “Yohanan” ou “Yehohanan” e significa “graça de Deus” ou “graça divina” ou “Deus é misericordioso”.
O nome “Yohanan” veio para o grego “Ioánnis” e, depois, para o latim “Ioannes”, e, daí, para o português “João”.

 

O NOME “SÓTER”
 
O nome “Sóter” vem da palavra grega que significa “salvador”, “protetor”.
Esse foi o nome ou título dado ao general Ptolomeu, da Macedônia, antiga região da Grécia. Ptolomeu, que viveu há 34 séculos antes de Cristo nascer, auxiliou o povo da ilha grega de Rodes a se libertar de um cerco. Agradecido, o povo instituiu uma festividade para honrar Ptolomeu como seu “Sóter”, seu salvador.
A palavra “Sóter” também consta na expressão grega que fala da ligação de Cristo com Deus: "Iesous Christos Theou Yios Soter", que significa "Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador".

 

SÃO JOÃO BATISTA
 
O “São João” de São João do Sóter vem do nome do homem que batizou Jesus Cristo  -- João, o Batista. Ele morreu no ano 27 de nossa era, com apenas 28 anos. Nasceu na Judeia, na Palestina, região compreendida por parte dos países Israel, Jordânia e Líbano.
João Batista era filho de Zacarias, que era sacerdote, e Isabel, prima de Maria, mãe de Jesus. (ES).

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SÍMBOLOS

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Um símbolo é um objeto que representa outro. Uma imagem que representa um conceito. Por exemplo, uma cruz pode representar religião, fé, espiritualidade. De outro modo, pintada de vermelho, uma cruz pode representar um hospital ou outro estabelecimento onde se realizam serviços de saúde. 
Se religiões, profissões e estabelecimentos diversos têm seus símbolos, um país, um estado e um município também podem ter os seus. No Brasil, os símbolos nacionais são quatro: a bandeira, o hino, o selo e as armas (também conhecidas como “brasão de armas” ou somente “brasão”). 
Esses símbolos estão previstos na maior Lei do Brasil, chamada Constituição Federal, de 1988. No Artigo 13 da Constituição, que diz que a Língua Portuguesa é o idioma oficial do nosso país, também está escrito, no Parágrafo 1º: “São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.”
Nesse mesmo Artigo, no Parágrafo 2º, está previsto que as Unidades Federativas e os Municípios (como São João do Sóter) podem ter seus próprios símbolos. Diz o Parágrafo 2º: “Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.”
A seguir, dois símbolos do município de São João do Sóter:

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BANDEIRA 

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A PALAVRA – “Bandeira” é palavra originada do gótico “bandwa”, que significa “senha” ou “sinal”. O gótico era a língua falada pelos godos, povo que habitava a antiga Alemanha, país da Europa. 

Bandeira Sotense.png

Bandeira do município de São João do Sóter.
(Autor: Nicolau de Jesus Bezerra)

As cores vermelha, preta e branca simbolizam a mistura de raças do povo do Maranhão (negros, colonizadores europeus e indígenas), assim como na Bandeira do Estado do Maranhão. Há ainda, as faixas verdes representando a flora sotense, tão rica e tão bonita aos olhos de todos que passam pelo município.

A palmeira representada no lado esquerdo trata-se do coco babaçu, É uma espécie (Attalea speciosa) da família das palmeiras (Arecaceae), dotada de frutos drupáceos com sementes oleaginosas e comestíveis das quais se extrai um óleo, empregado sobretudo na alimentação, remédios, além de ser alvo de pesquisas avançadas para a fabricação de biocombustíveis. Bastante presente na flora sotense, o babaçu se tornou símbolo do município, dando um tom de vida a um dos principais símbolos do município.

Nicolau de Jesus Bezerra. No dia 18 de dezembro de 1970, nasceu o 8º filho entre os 16 do casal Antônio Raimundo Bezerra, e Antônia Maria de Jesus Bezerra, conhecido como o Senhor Nicolau de Jesus Bezerra, atual Diácono Permanente da Diocese de Caxias e provisionado na Diaconia Territorial São João Batista, Pai e servo de Deus, por excelência e graça divina. Graduado em Pedagogia, Sociologia, Filosofia, Letras/Literatura, e Bacharel em Teologia, com especializações nas áreas da Ética, Filosofia, Ensino Religioso, Educação do Campo, Docência do Ensino Superior, e Mestre em Ciência da Educação. O mesmo atua nas escolas U.I.M. Mariano Campos, em São João do Sóter, e na escola Machado de Assis, na cidade de Codó, ministrando aulas de Língua Portuguesa; na Casa Familiar Rural, como Diretor Geral, e como coordenador pedagógico, além de já prestar serviços educacionais à SEDUC, durante quatorze anos, ministrando aulas de Filosofia, Sociologia, Metodologia da Pesquisa e Língua Portuguesa, sendo ainda professor do IASSEF, como Coordenador e Professor no curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, na de Pós-graduação, em docência do Ensino Fundamental e Médio. Entretanto presta serviço social na condição de Juiz de Paz da cidade decretado pela comarca de Caxias (MA). 

 

HINO

 

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(Letra: Raimundo Nonato Pires de Moura)

 

​Salve, ó, São João,

Bela cidade nesta pátria brasileira!

Salve, ó, São João,

O nosso orgulho é tua fama hospitaleira!

 

Um certo dia um cidadão aqui chegou,

Um barraquinho simples e humilde edificou.

É o começo de uma história de aventura,

O sinal que a escravatura então findou.

Do nosso solo que é fecundo e fértil,

Das montanhas jorra água pura e boa,

Banhando as ruas da cidade que atravessam.

Em seus recantos se encontram as lagoas.

​

Tu és símbolo de encanto e magia

Dos patriarcas que tu viste crescer um dia.

És lembrança de poleiros e matas virgens,

De Sóter Mendes que trouxe benfeitoria.

São João do Sóter, teus filhos nunca esquecem

Da zoada dos motores e das moendas,

Do apito do engenho marcando as horas,

Pois são relíquias do passado na memória.

 

Tu foste belo como São João dos Poleiros,

Mas o projeto não chegou onde querias.

Isto fez com que teus filhos fossem à luta

Para emancipar-te da cidade de Caxias.

O teu progresso agora está em tuas mãos.

O compromisso nosso é não te abandonar,

Elevar-te ao grande empreendimento.

São João do Sóter, teus filhos hão de se orgulhar.

HISTORIAS DE SÃO JOÃO DO SÓTER CONTADA POR MORADORES DO LOCAL. 

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